segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Temos muito que aprender com os africanos

Após assistir a final da Copa Africana de Nações (assisti a partir do 2° tempo, tava vendo antes COR x SP), percebi que temos muito que aprender com os africanos.

Não estou falando do futebol. Estou falando do jeito africano de ser, de torcer, de comemorar.

Após o empate em 0x0 no tempo normal (onde o Drogba desperdiçou um pênalti), tivemos prorrogação e penalidades. E olha meu amigo, sinceramente foi de arrepiar.



Apesar de zebra, tudo conspirava a favor de Zâmbia. Primeiro que a final estava sendo em Gabão, onde em 1993 um avião em que estava quase toda a delegação do país caiu e matou quase todos os jogadores. Naquele momento, esse mesmo time era o líder do seu grupo nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Após isso, Zâmbia não se classificou. Outra prova de que tudo estava contra Costa do Marfim: quem imaginaria que um dos melhores jogadores da história do continente africano (Drogba) perderia um pênalti?!? Isso sem contar que quem perdeu o penal que deu a derrota a Costa do Marfim (na disputa de pênaltis) foi Gervinho, camisa 10 do time marfinense. Tudo estava a favor de Zâmbia mesmo.

Foi mágico, dou meu braço a torcer. Muitos não gostam do futebol africano. Dizem que é só correria e força física. Pode até ser, mas a festa dos torcedores compensa tudo isso.



Nos momentos de desespero, eles rezavam, pulavam, gritavam... e nunca, jamais, em momento algum vaiaram os jogadores.

O legal do futebol é isso: gente folclórica! E é isso que nos falta. Não temos mais um Vampeta para chamar alguém de bambi, um Valderrama para nos alegrar com uma cabeleira estranha, um Zagallo com suas 13 letrinhas, um Higuita para fazer uma defesa extraordinária... Enfim, os jogadores do "povão" estão raros por aqui. Menos na Copa Africana de Nações.

O último jogador de Zâmbia a bater o pênalti, bateu cantando. O goleiro, ao ver que o Drogba errou o seu (no tempo normal) fez uma dancinha estranhosa na frente do atacante e até o cumprimentou (sem contar que quando um outro tentou fazer um gol olímpico e mandou direto para fora, o goleirão fez um gesto para ele se acalmar). Os africanos fazem do futebol uma festa, diferente de nós, que o transformamos em uma guerra.

Então meu amigo, se você odeia vuvuzelas e torce o nariz para esse futebol, te aconselho a não chegar nem perto de uma tv quando um jogo assim tiver sendo transmitido. Porque são pessoas como você que fizeram com que o nosso futebol se tornasse o desprazer que é hoje, algo mecânico, sem vida.

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